Não sabe do que se trata? É fobia por borboleta!
É, pode rir da minha cara! Mas eu tenho pavor, pânico, medo e fobia por este inseto. Para quem vê, este medo parece engraçado ou banal. Porém, sofro reações mentais e fisiológicas toda a vez que entro em contato ou sequer penso em borboleta.
Conversando com uma amiga psicóloga, este trauma surgiu quando eu era criança. Quando eu tinha uns 6 anos, fomos para a praia de Caiobá passar as férias de verão na Associação Banestado. Num destes dias, estava um calor infernal e com isso, um enxame de mariposas e borboletas apareceu na praia. Nós andávamos e os insetos colavam no corpo todo, tínhamos que nos cobrir com cangas para não ficar com a cabeça preta de mariposas e borboletas, sem falar que ao caminhar, pisávamos nelas, que estouravam, exalando mal cheiro e um líquido amarelado. Eu não queria mais andar no chão, só pedia o colo da minha mãe - me lembro como se fosse hoje, aff!
Ao voltar pra Antonina, pensamos que tínhamos nos livrado dos insetos, mas estávamos errados. Lá também estava cheio de mariposas e borboletas, pretas e gigantes. Dizem os biólogos que isto acontece no verão por causa da reprodução, o calor atiça os bichos.
E devido à tudo isso, este trauma surgiu. Tenho pânico por todos os tipos e tamanhos, saio gritando feito uma louca para fugir delas. E se eu ver 'aquela', que é grande e preta, com um olho na asa (estou com nojo de escrever), por Deus do céu - desmaio! Algumas situações malucas já aconteceram por ser motefóbica.
Certo dia, quando morava em Curitiba com a prima Marcela, cheguei do cursinho e ao abrir a porta adivinhe o que tinha na cortina?! - uma borboleta bruxa gigaaaaante! No mesmo instante eu fechei a porta e comecei a pensar no que ia fazer. Como o interfone estava perto da "miserável", não consegui ligar para o porteiro me socorrer. Tive que ir até a portaria e pedi pra ele espantar a borboleta pra mim. O cara olhou para mim, deu uma risada e falou: "Não acredito que você está com medo de uma borboleta!". E até explicar pra ele... só pedi (mandei) por favor, pra ele me ajudar. O cara entrou no apê, pegou a vassoura e a empurrou para fora - tão simples pra ele - mas impossível pra mim.
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Outra vez, eu estava dando aula, e um aluno jogou em mim uma borboleta azul enorrrrrme. Ele sabia que eu tinha medo e fez de propósito. Saí gritando pela quadra da escola e assim que consegui me afastar, sentei no chão e tive vontade de morrer. Meu corpo estava inteiro arrepiado e meu coração explodindo, e parecia que o bicho andava em mim. A diretora apareceu e expliquei o que tinha acontecido. Ela advertiu o aluno, que depois, pediu muitas desculpas por não saber que era grave a minha fobia.
Se eu ficar aqui contando pra você das situações que aconteceram, fico até amanhã. Parece que por eu ter fobia, as borboletas só voam na minha direção. Se estou andando na rua, e do outro lado da calçada vejo uma, ela vem na minha direção, é incrível! E pra não perder o hábito, saio gritando feito uma louca...
Uma pena que o Cacá não está mais perto de mim pra me defender. Quando morava com a minha mãe e uma borboleta chegava perto, eu fazia aquele escândalo. Aí ele pulava, corria atrás e mordia a borboleta - me socorria! - um fofo. De vez em quando, ele ainda faz isso, pois sempre que vou na casa da mãe, uma voa na minha direção, acho que elas tem o prazer de me atentar, só pode.
Agora quem me socorre é o meu esposo - que espanta elas pra mim. A última vez que isto aconteceu, nós estávamos tomando café e uma entrou pela janela. Saí correndo para o quarto, derrubando cadeira, café e o que estava na minha frente. Fechei a porta e a janela, e fiquei no quarto gritando, até ele falar que a dita cuja tinha ido embora.

Minha mãe tem fobia por abelhas, ou seja, ela sofre de apifobia. Quando criança, ela estava no topo de uma árvore e um enxame de abelhas entrou no cabelo dela. Pense num monte de abelhas no seu cabelo, o barulho e o desespero - ela entrou em pânico. A única coisa que ela teve que fazer, foi se jogar da árvore. Ainda bem que ela não se machucou, mas até hoje se ela vê uma abelha, faz o maior escândalo. Eu não brigo com ela, porque entendo e sei o que está sentindo.